A propaganda é a alma do negócio;
e a política tornou-se um negócio, dos mais lucrativos. Basta juntar os pontos
para imaginar no que dá: políticos estão vendendo peixes imaginários por um
preço absurdo. E, por obra de uma sem igual persuasão (ou “lábia”, no popular),
praticamente sempre têm seus clientes satisfeitos. Esses clientes são os
eleitores, o povo, um personagem de consciência estranha, que entra na cena
elogiando os peixes que nunca teve a oportunidade de pôr na boca ou, quando
teve, foi resto de peixe que pôs.
Mas deixemos os peixes de lado, caso
contrário é possível que abandonem a leitura por um súbito desejo de ir comer.
Grande parte dos “nossos”
partidos políticos, senão todos, estão mais interessados no poder para fins
particulares, visando apoderar-se de cargos na grande máquina pública, visando
abocanhar uma fatia do dinheiro que deveria beneficiar a população. História conhecida, já. Eles não têm uma
ideologia, um projeto relevante para a nação. Apenas duram por lá, em todas as
esferas do Poder.
Repetem o de sempre; apenas mudam
o nome e, então, o “de sempre” está novo.
O único plano de longo prazo é...
Usar paliativos que saem mais caro, e desastrosos, do que uma solução definitiva. Então,
para alegrar a plateia – que paga ingressos caros – já um pouco cansada da
monotonia, eles fazem alguns espetáculos: Copa do Mundo, Olimpíadas; obras que
terminam com custos incrivelmente superiores aos do orçamento inicial. Ainda
bem que os brasileiros são pessoas que não costumam ver maldade nesse tipo de coisa,
pois apenas iriam atrapalhar o árduo trabalho dos políticos nessa
contabilização fantasmagórica.
A oposição está sumindo. Sumindo.
Os cargos públicos, as pastas estão aumentando, então já é possível alojar
muita gente aqui e ali. Dar um agradinho para todos. Não há motivos, assim, para brigas, senão
quando a divisão está mal feita, pois ninguém pode ficar sem mamar dessa grande
mãe, o Brasil. Mãe de uma minoria.
Sobram alguns políticos que não
conseguem nada, que têm que gritar alto para serem ouvidos. Mas ficam parecendo
loucos, ninguém dá ouvido.
Diante de tamanho espetáculo,
começo a imaginar que os ideais, os projetos não valem mais nada. Contrate um
bom marqueteiro e comece a vender terrenos na lua, pode ser uma boa ideia.
A situação muda, é claro, quando
é o seu partido. Incorruptível, longe de qualquer improbidade, ele não suja as
mãos. É um estranho no meio de urubus. Quando todas as provas apontam contra
ele, não é mais do que um complô da oposição. O problema são os outros.
Ninguém mais se pergunta se há
justificativa para acreditar em alguma coisa? Se se pergunta, vai a fundo ou
para onde for agradável?
A título de curiosidade, acabo de encontrar uma notícia de que já estão vendendo pedaços de rocha lunar - inclusive, a um preço bem salgado. Porém, contudo, todavia, no entanto, é de verdade: pagou, recebeu. Essa matéria não contém nexo com a ideia do texto, mas recordou-me; vale dar uma olhada: http://bit.ly/ReB18b.
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